quinta-feira, 23 de julho de 2009

MENDIGOS DE DEUS

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A comunhão na mão, longe de ser uma inovação recente da liturgia, e muito menos conjuntural, é, pelo contrário, a prática mais antiga e tradicional da Igreja; a única utilizada, de modo habitual, no primeiro milénio. Essa atitude do comungante vem descrita, por exemplo, com muita clareza nas Catequeses de Cirilo de Jerusalém (Séc. IV): “quando te aproximares, pois, não te aproximes com as palmas das mãos estendidas nem com os dedos separados, mas fazendo da mão esquerda trono da direita, como se fosse esta a receber um rei; e, na cavidade da mão, recebe o corpo de Cristo respondendo o amém”.

“Somos mendigos: esta é a verdade”, foram as últimas palavras de Lutero. E Miguel Unamo escreveu: “ Já não posso mais. Aqui me fico, Senhor, sentado no umbral, como um mendigo que espera uma esmola”.
A mão estendida, a palma voltada para cima, os dedos em forma de cova são a expressão do mendigo, que pede e espera. A mão com a sua própria forma e abertura, conjunto de indigência e esperança, é imploração, chamamento, oração em ato.

Assim, a comunhão na mão vem a ser o gesto do mendigo que recebe uma esmola. Viver recebendo é, com efeito, uma nota fundamental do existir cristão que adquire a sua expressão mais excelente na comunhão eucarística. Nela, o crente e a comunidade eclesial, como tal, tornam patente a sua permanente fundamentação nesse Cristo que os alimenta e os faz viver, sendo como é “Filho e Mão de Deus” (Ireneu de Leão).

Xavier Basurko


LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!!!

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